terça-feira, 8 de maio de 2012

A Tormenta das Espadas -

Este sem sombra de dúvida é o meu livro favorito, dos que tive o prazer de ler até o momento, na épica saga de George R.R. Martin. As Crônicas de Gelo e Fogo são uma coletânea de intrigas políticas, batalhas medieval e fantasia heroica ambientadas em um mundo fictício, onde Sete Reinos ou mais se degladiam pelo Trono de Ferro.


Os livros que já eram sucesso, acabaram ficando mais famosos, com o lançamento do seriado "A Guerra dos Tronos" pela HBO, que traz como título da série o título do primeiro livro das crônicas, que segundo se especulam serão um total de sete livros a narrarem a história das guerras pelo trono de ferro.


No terceiro livro, o leitor já está mais acostumado com o estilo de narrativa crú de George. Digo crú, porque George R.R. Martin, não tem tendência em seus livros a ter um personagem principal, mas muitos, e principalmente quando menos se espera aquele personagem ao qual você tanto se apegou, simplesmente deixa de existir, vitimado de fatalidades ou as vezes deixado na história com uma sensação de que a morte poderia ter sido melhor.






A Tormenta de Espadas, poderia se chamar de "Ceifando os Campos" ou algo assim, que demonstraria melhor o número de cabeças de personagens a rolar em suas páginas. Não pense que estrago o livro lhes contado isto. O mais impressionante é ver como tudo isto vai acontecer.


A exemplo dos livros anteriores, a divisão dos capítulos continua sendo através de títulos dos personagens que sob seus olhos testemunham os acontecimentos daquele momento. O que sinceramente desde o primeiro livro, George vem fazendo de maneira magistral.


Eu diria que em A Tormenta de Espadas o leitor vai finalmente optar por amar ou odiar o autor da obra, tamanha as reviravoltas do mesmo. O impressionante ainda é notar como George consegue transformar personagens capitulares que o leitor julgava menos importantes, em personagens sensacionais, ou talvez deva dizer que transforma suas passagens em momentos importantes. É assim que acontece com os capitulos de Samwell e Sansa.


Acredito que todos o leitor irá encontrar nas páginas do terceiro livro, todos os seus personagens preferidos e odiados dos livros anteriores, infelizmente nem todos vão passar adiante. E a foice corta para os dois lados.


A seguir agora irei dar alguns spoilers, portanto se você não leu o livro aqui é seu limite.


Dentre todos os personagens, novamente Arya e Tyrion roubam as cenas. Jaime, introduzido com capitulos próprios neste livro, também protagoniza momentos fantásticos, e inclusive a dupla de irmãos Lannister, faz com que o leitor comece a titubear sobre para que lado deve continuar torcendo na batalha.


Os Starks sofrem perdas terríveis, diga-se de passagem, conheço alguns amigos que deixaram de ler o livro na metade, eu fui uma destas pessoas que fiquei uma semana sem tocar no livro tamanha raiva que fiquei do autor.


Jon Snow e Davos, são os que pra mim continuam fora de contexto, inclusive a parte mais absurda do livro e mais vexatória do autor se encontra ao juntar as narrativas vistas por estes dois personagens. Até dá pra entender o porque, lendo as poucas páginas do quarto livro, mas ainda assim a situação não ajuda. Stannis com tão poucos homens restando e viajando pro Norte pra ajudar a Patrulha da Noite? Que vacilo.


Daenarys, continua com capítulos vastos e tediosos, dá realmente ao leitor a sensação de que a coitada anda perdida pela terra e não vai chegar nunca  a seu destino.


Mas ainda que a Patrulha da Noite e a Muralha não sejam meus locais favoritos, o autor capricha com Samwell nos momentos finais da obra, mostrando como a astúcia pode ainda ganhar dos músculos. A cena não é original, foi tantas vezes usadas na literatura, tv e cinema, que não causa espanto, mas ao se imaginar Samwell, com todo sua fraca personalidade, e seu jeito desengonçado a se deslocar pelas torres do Castelo Negro e a desempenhar seu papel, fica realmente bom.


Sansa protagoniza, passagens que vão do aborrecimento ao êxtase. O autor soube aproveitar como poucos os ganchos fornecidos pelos casamentos arranjados de outrora e a busca de poder incessante, mas principalmente porque usa os capítulos da bela loba para esclarecer momentos obscuros da guerra. Sensacional.


Como sempre, vários novos personagens são adicionados a trama, a casa de Dorne faz finalmente sua aparição, e um grupo matreiro que rouba dos ricos e alimenta os pobres se faz surgir nas áreas selvagens de King´s Landing, introduzindo aos leitores cada vez mais os conceitos de magia divina. Talvez neste ponto vários leitores possam se sentir perturbados, pois a trama parece tão real, que por vezes esquecemos que na verdade se trata de uma ficção de fantasia medieval.


Jogadores de RPG, vão se identificar em muitas situações e devem aplaudir a obra.


Resumindo, A Tormenta de Espadas é o melhor dos três primeiros livros. 

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